Em uma cidade como Bonito (MS), como é possível chamar algum lugar de “cartão-postal”? Todos os lugares são encantadores! Mas tem um que ganhou esse título: a Gruta do Lago Azul. Se você pensar, faz muito sentido, porque tem um pouquinho de tudo que a cidade oferece nos passeios. Tem água de cor impossível, tem muita contemplação… e se precisa usar capacete, eu considero aventura, concorda?

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O caminho e a trilha

A Gruta do Lago Azul fica a cerca de 20 km de Bonito. A estrada é mesma que leva ao Abismo Anhumas (aquele do rapel de 72 metros!). Aliás, você sabia que as duas grutas ficam na mesma propriedade? Se desse para ir por baixo da terra, eles estariam a mais ou menos um quilômetro um do outro, pelo que o guia do Abismo nos contou.

É um Monumento Natural, tombado pelo Iphan em 1978.

A recepção da Gruta tem uma estrutura boa, com banheiros, lanchonete e mesinhas ao ar livre. É ali que o guia checa suas informações pessoais e dá as orientações básicas, do tipo, não saia da trilha e avise se precisar se afastar do grupo. Finalmente (porque toda ansiedade pré-passeio faz poucos minutos parecerem uma eternidade!) chega a hora de colocar o capacete e seguir pela trilha curta até o começo da escadaria que levará à Gruta.

Névoas e espeleotemas

De uma forma bem simples, espeleotemas são as formações que ocorrem dentro das cavernas (estalactites, estalagmites, e as colunas que surgem quando elas se encontram). E elas são a primeira coisa que a gente repara ao entrar na gruta.

Formações rochosas vista do alto da escada dentro da Gruta do Lago Azul.
São cerca de cem metros até chegar no nível da água

Ali no começo dos 300 degraus de descida, os olhos ainda não se acostumaram à escuridão e ainda não dá pra ver a água lá no fundo. Ao longo da descida (que a gente faz segurando em um corrimão de corda), o guia faz algumas paradas para explicar como a caverna se formou e como a água chega até a galeria. E é assim que a gente aprende sobre os fósseis que já foram encontrados ali (tipo de preguiça gigante e de tigre-dentes-de-sabre!).

Névoa contra a luz que entra na Gruta do Lago Azul, em Bonito.
É essa luminosidade que transforma a cor da água na gruta

Quanto mais a gente desce, mais névoa tem pelo caminho. Ou seja, o chão fica meio escorregadio. Mas é uma escadaria bastante tranquila (mesmo na volta!). E quando a gente chega perto da água, a surpresa: aqui, nessa escuridão, a água é de um azul muito vivo! É deslumbrante.

O Lago Azul

A água, na verdade, é bastante cristalina, tipo a do Rio Sucuri. Mas ela parece ter essa cor por causa da incidência dos raios de sol. Por isso, o melhor horário para visitar a Gruta do Lago Azul é entre 08h e 10h, e a melhor época do ano é entre dezembro e janeiro. Como o lago de mais de 87 metros de profundidade ainda está em estudo, não é possível entrar na água. Mas que dá vontade de ficar mais que os quinze minutos permitidos só vendo como o cenário muda com a luz, isso dá.

Lago azul no fundo da Gruta de Bonito, com Rachel de capacete.
A cara é de contemplação, mas eu tava era imaginando quão gelada era a água…

O que saber sobre a Gruta do Lago Azul

Esse é um dos passeios mais procurados na cidade. O número de visitantes por dia é limitado e as visitas terminam por volta das 15h. Então não se esqueça de fazer a reserva com uma agência credenciada com antecedência. A visita à Gruta do Lago Azul custa R$ 60 na baixa temporada e R$ 85 se for alta temporada (valores de abril/2019). Dá para consultar a época pelo calendário da Prefeitura de Bonito. As descidas são em grupos de 15 pessoas e, quando um grupo está subindo, outro está descendo. Os capacetes são fornecidos lá, mas é preciso ir de tênis fechado. Ah, e crianças a partir de 5 anos já podem participar da visita. O passeio dura cerca de duas horas e é um excelente jeito de começar sua viagem por Bonito.