Sempre imaginei a capital do Nepal gelada e preparada pra receber os turistas, com uma infraestrutura de respeito. Acho que o fato de Kathmandu atrair tanta gente que quer escalar (ou tentar) o Monte Evereste me deu essa impressão.

Mas o fato é que a cidade é caótica, suja, de ar bem poluído. Resumindo: ela te tira da zona de conforto. Só que, ao mesmo, pode ser bem apaixonante. É que existe muito o que se fazer em Kathmandu.
Hospedar-se no bairro Thamel
O ponto mais turístico e comercial de Kathmandu é o caótico bairro Thamel. São vários restaurantes e lojas espalhados por ali, em ruas de terra levantando poeira e com muita gente e motos passando pra lá e pra cá.

Logicamente, a oferta de hotéis também é alta pelo bairro. Nós nos hospedamos (reservamos pelo Booking.com) no Aryatara Kathmandu Hotel: tem café da manhã incluído e fica numa parte um pouco menos barulhenta do lugar. Mas é bom saber que o hotel tem uns quatro andares e não há elevador.
Ficar no Thamel te permite passear a pé pelas redondezas e até curtir o Garden of Dreams – um parque que é um verdadeiro oásis no meio do caos, com muito verde e até um valioso silêncio.
Percorrer a cidade com motorista particular ou táxi
Vai ser difícil você conseguir se virar com transporte público na capital do Nepal. Por isso, uma dica valiosa é contratar um motorista pra ficar à sua disposição durante o período que você estiver na cidade.

Se preferir, use táxi também. Basta negociar o valor antes da corrida. Tanto o carro privado, quanto o táxi, você pode pedir na recepção do seu hotel.
Vale a pena pelo conforto, evita estresses já que o trânsito é muito caótico e você pode até dar um pulo em outras cidades do Nepal, como Pokhara e Lumbini.
Ver o nascer do sol no alto da montanha
O Monte Nagarkot fica a quase 40 quilômetros ao leste de Kathmandu e, de lá, dá pra se ter uma das mais belas vistas de nascer do sol na região com a famosa cadeia de montanhas dos Himalaias ao fundo! Pra chegar até lá, recomendo que você acerte a ida com um taxista (ou motorista) já no dia anterior.
Descubra a hora que o sol nascerá e saia do hotel uma hora antes, por garantia. Vale o sacrifício.
Se preferir, as agências espalhadas pelo Thamel oferecem esse passeio específico de quatro horas, com motorista, que pega e deixa o turista no hotel nos horários determinados.

Pra chegar ao topo do Monte Nagarkot, você pode ir com o carro mesmo ou a pé – se preferir uma aventura logo cedo. Existe uma trilha pra quem estiver mais disposto. Mas já aviso que a montanha está 2070 metros acima do nível do mar! 😛
Lá em cima, tem uma torre de observação pra te deixar num lugar mais privilegiado ainda!
Mas lembre-se: é Nepal, é montanha, é frio! Leve um casaco e algumas comidinhas. Será sucesso garantido!
Conhecer a Durbar Square
A famosa Praça Darbar é o coração da parte antiga de Kathmandu e uma das principais atrações turísticas da cidade.

Até o início do século XX, era ali que ficava o Palácio Real. Hoje, o local é um complexo com vários palácios, templos hindus, ruas e becos.

Boa parte das construções foi destruída pelo terremoto que atingiu o Nepal em 2015. Ainda tem muita coisa sendo reformada e reerguida. Por isso, pra compreender melhor a cultura e a história da Patan Durbar Square, vale contratar um guia turístico ali, na hora.

Vários vão aparecer na sua frente oferecendo o serviço. Então, é só barganhar e fechar o serviço! ;P
Visitar os famosos templos de Kathmandu
O Templo dos Macacos
Dá pra começar sua peregrinação nos templos pelo dos Macacos, que fica no alto de uma colina.
Os animais dominam quase toda a estrutura do que é um dos símbolos mais famosos e sagrados do país. Várias construções fazem parte do Swayambhunath, incluindo a bela estupa central, dourada.

E do alto do Templo dos Macacos se tem uma bela vista de Kathmandu.
O Templo Pashupatinath
Já o Templo Pashupatinath é um dos santuários dedicados ao deus hindu Shiva mais reverenciados do mundo. E é um dos mais importantes para o povo nepalês.
Ali, há também a tradicional cremação de corpos do hinduísmo. Quem segue a religião acredita que, desta forma, a alma atinge o Nirvana. O mesmo tipo de cerimônia também é feito em Varanasi, na Índia, às margens do Rio Ganges.
A Boudhnatah Stupa
O maior templo budista do Nepal também não deve ser ignorado numa visita a Kathmandu. Primeiramente, a Boudhanath Stupa impressiona pelo tamanho – a torre tem 36 metros de altura.

A estupa fica no centro de uma imensa praça, rodeada por casas (que parecem cenográficas) onde moram famílias tibetanas e onde funcionam lojinhas de souvenir. Quando caminhar ao redor da imensa torre, ande sempre no sentido horário, conforme orienta a tradição budista tibetana.
Experimentar a deliciosa culinária
A comida nepalesa é uma explosão de sabores, assim como a da grande maioria dos países asiáticos. E tem muita influência das culinárias indiana, tibetana e chinesa
O prato mais famoso é o Dal – uma sopa de lentilha e arroz cozido, acompanhada de vegetais. Mas tem também curries variados, dumplings (massinhas cozidas com recheio) e até espetinhos de carne, tipo kebab.
Um restaurante que recomendo é o do Oasis Kathmandu Hotel. Atendimento excelente e pratos deliciosos. Vale a pena.
Comprar as famosas bandeirinhas
Elas colorem a cidade toda e também estão penduradas nos locais sagrados. São as famosas bandeirinhas de oração do budismo tibetano. Cada cor simboliza uma energia:
- Branco: éter
- Vermelho: fogo
- Azul: água
- Verde: ar
- Amarelo: terra

Quando penduradas, acredita-se que o vento ajuda a espalhar as boas energias que estão nas orações escritas nas bandeirinhas. A tradição recomenda que você seja presenteado e pendure em um local com boa circulação de ar.
Eu trouxe várias para presentear os amigos e a família. Boas energias, trazidas de um lugar repleto de oração e fé, sempre caem bem. Mesmo que Kathmandu tenha também um pouco de caos pra equilibrar.
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