Viajão

Are baba! Você já se imaginou casando na Índia, com toda aquela “POMPA” que a gente só vê em filmes ou novelas? A nossa colaborona da semana viveu essa experiência e nos conta em detalhes! Ela é a jornalista internacional Bettina Riffel. Catarinense, mas que mora há anos na Alemanha. Lá na terra do Fritz começou uma história de amor sem fronteiras (ohhhh) que terminou em casório! Coloque sua melhor roupa e bora ser TESTEMUNHA dessa união!

Eu casei na Índia

Um casamento de novela para alguns, um casamento de verdade para mim. Nasci em Pomerode (SC), estudei em Itajaí (SC), me mudei para a Alemanha. E na terra dos alemães, conheci um indiano do Rajastão.

Após um tempo de namoro (inclusive à distância), casamos no dia 28 de novembro de 2010, em Mumbai, num templo Hare Krishna. Por isso, vou descrever os passos de uma cerimônia como esta!

A cerimônia inicia com a preparação do noivo. Leitura de Mantras em Sânscrito.

Antes de se juntar ao noivo, é a hora das promessas e da autorização da família da noiva. Neste caso, a familia da noiva estava representada pela madrinha de casamento, minha amiga Maíra Ribeiro.

Depois, a família da noiva lava os pés do casal como forma de purificá-los para entrar no casamento.

Chega a hora da oferenda aos deuses: cada um com um significado específico, como fartura, riqueza, saúde. O fogo sagrado é o deus da união.

Aí vêm as 7 voltas ao redor do fogo sagrado, depois do nó do matrimônio. E também o agradecimento ao deus Sol.

Agora eu sou casada! O casal troca doces pra representar a união. E se prepara para o momento mais aguardado:

“Eu vos declaro Marido e Mulher”

Os indianos não costumam usar alianças (anéis). Isso acontece somente entre casais “modernos” ou com influências ocidentais, que é o nosso caso. Nós usamos uma aliança que compramos na Europa. Usamos na mão direita, como é de costume na Alemanha, onde moro. Até fomos à procura de anéis na Índia, mas eram geralmente grandes e brilhantes. Infelizmente não era o que estávamos procurando.

Na Índia, a mulher demonstra, em público, que é casada ao usar um risco ou ponto vermelho na testa, perto do cabelo. (ou cor de laranja). Tradicionalmente, quanto mais longo esse traço (risco) no couro cabeludo (com o cabelo dividido ao meio), ‘mais vida longa’ ela deseja ao marido.

As mulheres modernas usam apenas um pontinho discreto, o que não quer dizer que elas não desejem vida longa a seus maridos. Algumas indianas nem usam mais o pozinho vermelho no cabelo.

Confesso que quando passei a usar, fui muito mais respeitada nas ruas. Deixei de ser a estrangeira que veio fazer turismo na Índia e passei a ser a “senhora”. Aqueles olhares fixos dos quais eu era vítima antes, deixaram de existir. Agora não passavam de olhares curiosos.

O coco presenteado pela família do noivo representa relação estável. “Que o seu casamento seja tão forte quanto um coco”. É dever da noiva guardá-lo para o resto da vida.

Mas o casamento nao terminou no dia 28 de novembro com a cerimonia religiosa. Ainda há os 4 dias de festa no deserto do Rajastão, mas até lá, são 26 horas de trem de Mumbai a Bikaner… Eu fiz essa viagem, e conto pra vocês em um outro capítulo do “Colaborões”, combinado?