Lá fui eu conhecer algo que sempre lia/ouvia falar sobre. A rua das “meninas da vida” em Amsterdã, o Red Light District. Na real é um beco. Cheio de vitrines. E ELAS são as mercadorias. Que você escolhe. Usufrui. Recicla. Outro escolhe. Usufrui. Recicla. Outro escolhe. Usufrui. Recicla. (imagine isso aqui indo infinitamente adiante)
No próprio hostel de Amsterdam, nos alertaram assim:
– Vocês vão ao DISTRITO DA LUZ VERMELHA?! Por favor, nada de ir durante a noite, é perigoso!
Obedientes que somos, minha irmã e eu resolvemos ir na manhã do dia seguinte. Chegamos lá e começamos a observar as prostitutas nas vitrines. Quer dizer, cadê as prostitutas?!? As primeiras vitrines ou estavam vazias ou com as cortinas fechadas. Elas devem estar dormindo, pensei.
De repente, mais adiante, uma morena, mais velha e fora de forma, apareceu de lingerie. Sorria e me chamava com o dedo indicador. Achei uma atitude tão nobre da parte dela. Não resisti, apontei minha câmera e FLASH! Mas a, até então, simpática trabalhadora fechou a cortina na minha cara (ou na minha lente). Ok, percebi que elas não querem ser fotografadas, logicamente. Fui ingênuo!
Mesmo assim, eu decidi que queria uma foto na Red Light District. Mostrando eu com a rua, apenas!
Minha irmã se posicionou pra bater. Então, uma outra “senhora”, de peruca loira e com idade avantajada dentro de uma das vitrines, começou a bater no vidro loucamente pedindo pra que eu não tirasse a foto. To na rua e a rua é pública, pensei. Mas disse a ela:
– Você não vai aparecer, to tirando foto da rua!
Impaciente, ela me mostrou o dedo do meio. Cara, levei um FUCK YOU vindo de uma vitrine!?! Quer saber? Bati a foto mesmo assim, sem a “loira”. Aliás, duvido que ela sairia da vitrine de calcinha e sutiã, no frio, pra tirar satisfações comigo. Ah, e na boa, dedo por dedo, ainda prefiro o indicador que me “chamou” antes.
“Deviam estar dormindo, pensei” e “achei uma atitude tão nobre da parte dela” mudaram meu dia! PRECISO conhecer essas senhoras. Com máquina fotográfica, é claro!! 🙂