Hoje a Colaborona da vez é de longe, lá de Moçambique! Na verdade, ela mora na Alemanha atualmente. É jornalista e, durante um bom tempo, foi a “Fátima Bernardes” moçambicana, purfa! Era a apresentadora do “Jornal Nacional” de Moçambique, em horário nobre. Estamos chiques, hein viajões? Com vocês, Nádia Issufo e seu “trauma” vivido com todas as economias pregadas pela Dinamarca, numa visita que fez a Copenhague! Boa viagem 😉
Mão de vaca e por isso é muito rico…
A Dinamarca é um dos países mais desenvolvidos do mundo, ele é considerado o “mais” em muitas coisas. Por exemplo, com o melhor clima de negócios do mundo ou o lugar mais feliz do mundo para se viver, mas isso de certeza só quando não é inverno…
Aliás, esta mania no “mais” ou “maior” é uma característica indissociável de muitos países desenvolvidos. A sua capital, Copenhague, para mim, é muito bonita. Os vários canais que atravessam a cidade dão-lhe o charme todo e os edifícios antigos dão o toque final.
Achei também as pessoas simpáticas, por exemplo, eu e as minhas companheiras de viagem procurávamos o endereço do hotel, paradas na rua, quando gentilmente um cavalheiro se ofereceu para nos ajudar.
Mas antes disso fiquei bem impressionada com os homens deste país, eles olham para as mulheres! Isso raramente acontece num país europeu vizinho onde atualmente vivo… A única coisa que não me agradou muito foram os preços, tudo lá é muito caro, essa também é a característica de toda a Escandinávia, os lugares “mais” do mundo.
Mas, o que me chamou muito a atenção foram outras coisas, pequenas, mas bastante reveladoras.
Fiquei espantada com o tamanho minúsculo do meu quarto de hotel, três estrelas, era um verdadeiro cubículo. Lá só cabia a cama, a escrivaninha estava lá a mais! A minha colega, que tem um forte sentido de humor, e às vezes caústico, disse-me: “Lá na minha despensa só cabe a vassoura, não tentes trazer o balde que não há mais espaço…”
Na casa de banho, não estou à espera de uma banheira, o chuveiro era como o dos hostels com uma única diferença: é que não era coletivo… Sendo que não existe nada a separar o banheiro do resto da casa de banho, o chão fica todo molhado.
O gel de banho era praticamente uma inexistência, mal preenchia uma colherzinha de chá, não estou a exagerar! Mas fiquei feliz de ter pelo menos conseguido lavar as axilas, as partes pondereficas e traseiras… Enfim! Com tudo isso fiquei até admirada de a água do banho não ser contabilizada, talvez em dois minutos….
Em dois dos restaurantes em que estive vi, em cada lugar, apenas uma pessoa servir, ou melhor, trabalhar, porque na verdade em algumas situações fazes tu mesmo os pedidos no balcão porque a trabalhadora está com a língua de fora a tentar atender entre uma dúzia a 20 de clientes quase que em simultâneo…
A minha conclusão foi a seguinte: O não esbanjamento também é o que faz deles os “mais” muitas vezes. O desperdício custa muito… Eu não vou viver no hotel, então porque preciso de tanto espaço? Até passo a maior parte do tempo a passear.
Na minha casa também não mudo de toalha todos os dias, e quantas vezes não vemos nos restaurantes os garçons a coçarem-se e a fingirem que não nos veem quando precisamos de ser atendidos?
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Valeu Nádia! Estarei preparado pra tanta “mão de vaquice” quando for à Dinamarca! E você, caro viajão, também pode ser um Colaborão. Escreva sua história de viagem para souviajao@gmail.com! Estamos esperando!
Muito bom esse post!! (só pra pontuar)