Apresento a colaborona da semana, Erica Padrão! Uma mulher fora do padrão (tum-dum-tsss) de    tanto que já rodou por esse mundão (no bom sentido, é claro!)!!! Atualmente minha colega de francês,  entre amigas em comum, aspirações poliglotas e um grande repertório castellano, o que mais temos  em comum é mesmo a paixão por viajar! #Medo de confessar, mas desconfio que ela seja bem mais  viajona do que eu! Pra dar um gostinho ela preparou um geralzão de suas aventuras, mas eu já to  cotando a moça pra muuuuitas outras histórias. Aliás, ela já deu as caras antes por aqui, e também meio camuflada aos pés da Torre por aqui,  lembram??

Clap clap clap!

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Como me tornei um Viajão


A primeira viagem que fiz sem os pais foi na formatura da 8ª. série, para a longínqua Florianópolis. Depois, aos 15 anos, fui pra Disney com uma excursão enorme. São as primeiras experiências de viagens por “conta própria”. Mas “mochileira-mochileira” mesmo acho que me tornei depois da minha primeira viagem ao exterior, totalmente sozinha.

Contextualizando: uns 21 anos, recém-formada, sem grandes perspectivas na profissão. Uma vontade inexplicável de conhecer uma certa cidade, uma passagem de ônibus ida e volta. Trinta e seis horas depois de entrar naquele ônibus Pluma, ao desembarcar no Retiro, em Buenos Aires (após passar por aproximadamente 400 cidades diferentes no caminho, e o ônibus ter parado em cada uma delas), percebi que não tinha mais volta. Havia descoberto duas coisas muito importantes na minha vida: que viajar se tornaria a minha paixão e que Buenos Aires se tornaria a cidade do meu coração.

Foi apenas uma semana. E quando entrei no mesmo busão da Pluma para voltar pra casa, senti que um pedaço de mim ficava por ali. Lembro-me como se fosse hoje o quanto chorei dentro daquele ônibus. O motorista até veio ver se eu estava passando bem. Disse que estava ótima, que tinha saudades de casa, mas que não queria ir embora. Ele deve ter pensado “Ah, esse jovens, eternos insatisfeitos”. Mas logo parei de chorar. Eu voltaria. Sabia que voltaria. Sentia que voltaria. Mesmo que fosse apenas para buscar aquele pedacinho do meu coração que eu tinha deixado pra trás. Minha certeza era tanta que não demorou muito. Dois meses depois, desembarquei novamente no Terminal do Retiro, dessa vez de Crucero del Norte (coche cama, isso sim é vida!). De mala e cuia para uma temporada em Mi Buenos Aires querido. Com muitos sonhos na bagagem e com pouco dinheiro no bolso.

Mas isso aí é história para um outro post. Pensando bem, vários outros posts.

Ninguém mandou viajar a primeira vez. Você nunca mais vai parar.

Atualmente, posso dizer que sou bem rodada (no bom sentido, é claro!). Já viajei por muitos países, diversas cidades, já fiz viagens de fim de semana, viagens de 10 dias, viagens de um mês.

Já passei pelos mais inusitados perrengues por esse mundão afora e hoje em dia me considero uma backpacker veterana. Mas isso não me impede de, a cada nova aventura, ter aquele mesmo friozinho na barriga. Receio de nada do que eu planejei dar certo (aliás, às vezes acho que não dar certo pode acabar sendo muito mais legal), medo do desconhecido. Insegurança de achar que não vou conhecer ninguém legal durante a trip. Ainda bem que esse medo é sempre infundado. Muitas das melhores pessoas que conheci na vida, conheci por esse mundão, nos hostels espalhados por aí… Gente pra compartilhar experiências, momentos únicos, vivências que não voltam mais. Amigos de uma noite, de dois dias, de uma semana. Amigos que mexem tanto contigo e com tua vida: que fazem você mudar seus planos de viagem, que acabam conseguindo que você inverta de ponta-cabeça aquele roteiro detalhadamente planejado por meses a fio. Só pra ficarmos mais uns dias juntos. E pra vivermos mais alguns daqueles momentos irretocáveis e inesquecíveis.

Depois de tantos anos na estrada, já mudei de roteiro, visitei cidades que nem imaginava que iria, já fiquei um dia a mais num lugar, um dia a menos em outro. Tudo pra passar alguns momentos a mais com aqueles que se fizeram parte de cada momento das minhas viagens. Amigos do mundo, vocês moram no meu coração!

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Éssedois pra esses viajões todos e pra colaborona Érica Padrão! Mande você também a sua história para souviajao@gmail.com