Fala, caro viajão! Terça é sempre dia de Colaborões por aqui. Toda semana contamos com um relato diferente de viagem. É onde VOCÊ participa.
E a colaborona de hoje é a Rafaeli Ianegitz (@rafianee). Ela é formada em Direito, e atua como funcionária do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Vai nos escrever sobre uma fortíssima visita feita na Polônia, em um dos mais famosos campos de concentração: Auschwitz. Boa leitura!
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Em Outubro de 2009 fiz um tour na Europa com minha amiga Ivana. Por ela ter origem polonesa, a Polônia foi um dos destinos combinados e decidimos ficar alguns dias em Cracóvia. Como o campo de concentração de Auschwitz era próximo, reservamos um dia para visitá-lo.
Auschwitz fica a uma hora de Cracóvia e você pode ir de trem ou de ônibus. Chegando ao local, você pode optar em fazer o passeio sozinho, com a ajuda de guias impressos ou optar por passeios guiados, com um custo adicional. Decidimos pagar o passeio guiado e começamos o tour, que durou aproximadamente três horas.
Os guias são treinados pelos prisioneiros sobreviventes. Em todo lugar que passamos, e que foi palco de mortes, sempre tinham flores e velas. A gente percebe o respeito que se tem com a memória das pessoas mortas.
Começamos a visita pela câmara de gás. Infelizmente, não é permitido fotografar o interior de nenhum lugar. A sensação lá dentro é indescritível. Um misto de emoção, terror, tristeza. É difícil não se arrepiar.
Depois visitamos as casinhas onde ficavam os prisioneiros, que compõem todo o Museu. Mostram informações da guerra, número de mortos, maquete das camaras de gás. Mas o que mais impressionou foram as fotos dos prisioneiros expostas em todos os corredores, vestidos com o “pijama listrado”.
Em uma das salas, tem uma vitrine enorme com o cabelo dos prisioneiros, que eram raspados ao chegarem. É muito chocante olhar isso tudo. Também estão expostas as roupas, calçados, malas, óculos.
O passeio continuou em Bikernau, outro campo de concentração construído a um quilômetro de Auschwitz. Bikernau é, digamos assim, uma filial maior deste campo, que foi construído para aumentar a capacidade de matança do povo. Lá está um pouco mais destruído, mas impressiona pela imensidão e você começa a imaginar como foi possível matar tantas pessoas.
No dia em que fiz este passeio, eu estava praticamente uma noite sem dormir, depois de ter enfrentado uma viagem de trem noturno e com muita fome. O passeio iniciou às 11:00 da manhã, eu mal tinha tomado café e não há lugar para comer, muito menos para almoçar.
Depois de andar MUITO por todo o museu e escutar tanta desgraça, terminei o dia me sentindo um LIXO. Fiquei muito mal neste e no outro dia da viagem. Portanto, não vá visitar Auschwitz simplesmente por ser ponto turístico. Você deve ir fisicamente e psicologicamente preparado, pois é barra pesada. Mas vale muito a pena.
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Impressionante a história, Rafa. Realmente, lugares assim são tristes, mas ajudam a gente a entender o horror vivido há poucos anos na História. Valeu por ser uma colaborona!
E você, caro viajão, faça como a Rafa. Conte uma história de viagem vivida em QUALQUER LUGAR do mundo! Envie para souviajao@gmail.com, com fotos, claro, e deixe todo mundo saber por onde você andou! 😉
Hum, li o menino do pijama listrado nesse finde… será que lembra algo?