Hoje aqui no Viajão temos a presença de uma garota que possui dons de comer coisas estranhas, um hábito desde criança como comer quibe com doce de leite (pra mim isso é estranho). Viajona de profissão, psicóloga como diversão, ela conta hoje sua aventura entre um treinamento e outro com trabalhadores por Puebla, no México. Com vocês, Mariane Mesquita. (to pegando o estilo de apresentação do Jô Soares).



Puebla.

Era uma vez, uma psicóloga que recebeu a missão de, dentro do projeto que trabalha, ir a Puebla – México. Vindo direto de outro país, não compensava voltar pro Brasil. Então, essa feliz cidadã foi direto e, felizmente, teve um final de semana de passeio nessa linda cidade, de 4 milhões de habitantes, entre vulcões de nomes estranhos (tipo Popocatepelc), 365 igrejas,  a maior pirâmide do mundo (que foi enterrada pelos espanhóis para fazer uma igreja em cima e mostrar quem manda)- e um centro histórico prá lá de interessante.

Popocatepelc

Agora, mais mais interessante que isso é a gastronomia dessa terra.  No meu primeiro dia de caminhada já busquei o que, pra mim, parecia bizarro quando me indicaram: Enchilladas de Mole Poblano, ou seja, as tortilhas (que só mudam de nome mas o gosto é o mesmo) cobertas com um molho salgado, e picante, feito a base de CHOCOLATE! Isso mesmo, chocolate! E ainda tem as famosas enchilladas 3 moles, que aí misturam o Mole Poblano (chocolate), Mole Rojo e Mole Verde. SENSACIONAL! A sensação de boca amortecida pela pimenta seguida de um chocolate de sobremesa já é boa. Agora, imagina isso junto…

Enchillada 3 moles

Seguindo a jornada, no segundo dia acompanhada de mais uma parceira que chegou, fomos visitar Cholula, a tal da pirâmide, que na verdade só se pode ver na maquete antes da entrada. Lá, a vista de um morro com muuuitos degraus, mais uma igreja em cima é o que parece (importante é saber que a maior pirâmide do mundo está sob seus pés).

Na saída, aquele comércio básico de lugares turísticos: barraquinhas, artesanatos e Cia limitada. De cara vimos o tal do Tepache: bebida fermentada a base de abacaxi, que recebe um interessante tempero de limão, sal e chilli. “Manda um pra nóis, tia!”

Logo em seguida, demos de cara com um moço sentado gritando “Chapolines, chapolines!”. Que diacho é isso? Um insetinho, não sei se gafanhoto ou o que… Só sei que foi experimentado! Depois vim a saber que ele normalmente é servido nas enchilladas ou tortilhas, como se fosse milho na pizza.

Chega de coisas esquisitas, ta na hora de comer algo mais normal. Blueberries vendidos na rua.  E ainda mata a sede que o tepache causou.

Final da tarde, nada de comida consistente ainda. Decidimos o que parecia ser certeiro: pizza. Claro que estando no México tínhamos que aproveitar a tipicalidade da região. Mas isso era pra ser no saber na pizza. Logo descobrimos que típico mesmo em pizza é: ao invés de massa de tomate, tem uma massa de feijão, entre a massa e o queijo. Light assim… Ah, Café Milagros o nome do lugar, bem no meio do centro histórico. Liiindo, bem cara de mexicano (o que mais dava pra esperar?)

Outra coisa muito típica em Puebla são os doces: óstias (isso mesmo, tipo de igreja) coloridas recheadas com doce de leite, uns doces que parecem brigadeiro e os famosos borrachitos: um docinho alcoólico, que se você comer muito, fica “borracho”.

Durante a semana na fábrica que estava trabalhando as comidas continuaram na mesma linha. Ainda ganhei um pacote de Mole Poblano do gestor do contrato.  Uma semana gastronomicamente com muitas novidades, e ótimas lembranças dos sabores distintos da comida poblana.