Dia desses, eu acordei com vários tuítes de celebridades falando sobre um terremoto em Los Angeles. Até aí, nada de muito novo. A Califórnia fica numa região do planeta muito suscetível a terremotos. Mas o que me chamou a atenção foi a quantidade de pessoas falando sobre o kit terremoto. E aí, eu fiquei pensando: será que não tem aprendizados desse kit que valem para os viajantes também?
E eu acho que tem, sim.
Em 2015, eu fiz um curso em Los Angeles e, durante minha estadia por lá, uma das primeiras coisas que me disseram foi: tenha um kit terremoto. Desde que eu aprendi a preparar minha “mochila de emergências”, eu comecei a levar alguns itens menos comuns na minha mala, ou me preparar de forma diferente para os destinos.
Kit Terremotos
Existem várias listas diferentes do que é um kit básico para terremotos. E você vai perceber ao ler a lista que poderia muito bem ser a mala básica de um viajante. Nos EUA, as lojas vendem kits prontos bem excessivamente completos. A lógica por trás é a seguinte: terremotos podem interferir na rede de energia e internet e no seu deslocamento e, claro, você pode se machucar. Situações que podem também acontecer em uma viagem. Então quais itens te ajudam a se organizar?
1. Lanterna

Sim, uma lanterna é muito útil em viagem. Pode ser numa caçada à aurora boreal, para ajudar nas fotos, ou num rolê de moto nas Filipinas (se você não conhece essa história, corre lá no Instagram do Viajão e assiste ao destaque de El Nido!). Eu tenho essa verdinha bonitinha em casa, que veio diretamente do meu kit de Los Angeles. Mas eu achei essa outra, bem compacta e que funciona com dínamo, na Decatlhon. Ela não é muito forte, mas pode quebrar um galho. Já se você for para algum lugar com muitas trilhas, por exemplo, é bom investir em uma maior.
2. Pilhas
Ok, você não vai levar pilha na sua viagem. Mas que tal um power bank? O Xóia comentou que é um dos itens essenciais da mala dele. E faz todo o sentido. Afinal, se a gente mal fica sem celular no dia a dia, dentro de casa, imagina se acaba a bateria no meio de uma estrada ou de um passeio? Nem que seja pra tirar foto, você vai ficar feliz de ter como recarregar os equipamentos.
3. Medicamentos
Eu sempre viajo com alguns remédios básicos, tanto de uso contínuo, quanto por causa de alergias. E aí, acrescento alguns bandaids, antitérmicos, pomadas para aqueles escorregões na trilha, e outros remédios que minha médica me receitar (e ando com a receita da médica). E sempre levo termômetro também, mas tem que ser digital, tá? Não pode viajar com aqueles antigos termômetros de mercúrio no avião.
4. Água e comida
As autoridades recomendam que um “kit terremoto” tenha comida para três dias. Você também não vai viajar com comida e bebida para três dias – a menos que esteja indo acampar. E aí, por favor, viaje com alimentos e bebidas! Mas sempre ajuda ter aquela barrinha de cereal na bolsa caso o voo atrase, ou dê aquela fome que você começa até a ficar de mau humor. E hidrate-se! A gente sempre esquece de beber água ao longo do dia, então se puder carregar sua garrafa e encher pelo caminho, melhor ainda, né?
5. Documentos
A gente já falou e não custa repetir: tenha seus documentos de viagem organizados e, se possível, cópias impressas do passaporte, do seguro viagem e das passagens. No kit terremoto, indicam colocar tudo isso em um pendrive e guardar na malinha. Já na hora de viajar, eu sempre organizo uma pasta no Google Drive com o que vou precisar no trajeto, e deixo disponível offline, porque vai que não tem internet? E desde que a gente se enroscou para mudar de terminal na Espanha porque não tinha passagem impressa e o balcão da companhia aérea tava fechado, melhor viajar com certos documentos em uma pastinha física mesmo…
6. Dinheiro em espécie

Mas, Rachel, em 2020, dinheiro em espécie?
Sim. Eu acho que o futuro das viagens é com cartão de crédito e débito, pagamento sem contato pelo celular, pelo relógio, conversão da moeda no dia da compra, todas essas facilidades eletrônicas. Mas é sempre bom ter um pouco de dinheiro em espécie para emergências.
Em caso de terremotos ou furacões, isso é necessário porque pode ter algum problema nas linhas de energia, ou nos cabos de internet, e os bancos e comércios ficarem sem rede e sem luz. Já na sua viagem, pode ser que você encontre algum lugar que não aceita cartão, e aí, não tem caixa eletrônico por perto, ou ele não funciona. Quando a gente chegou em Coron, nas Filipinas, a cidade ficou sem luz à noite. E aí, como saca dinheiro no caixa? Então, na mala ou no kit emergência, é bom ter sempre alguns trocados.
Como é um terremoto
Claro que existem listas muito mais detalhadas do que incluir nesse kit, como roupas específicas, itens de higiene, aqueles bastões que brilham no escuro… mas isso são coisas que seu hotel vai ter, caso você vá viajar para uma região onde há a possibilidade de ocorrências naturais, como tornados, terremotos e tsunamis. Por exemplo: você sabia que a Disney World tem rotas específicas de acordo com a gravidade da tempestade tropical, para que os visitantes saiam organizadamente? Pois é. Tem até locais adequados de abrigo nos parques. A gente acha curioso, mas no fim das contas, todo mundo se acostuma àquilo que é rotina na região. E se surpreende com o que não faz parte do seu dia a dia em casa.
Abalos sísmicos são muito comuns na Califórnia. Tão comuns, que isso gera piadas recorrentes – como esse vídeo do BuzzFeed. Os frequentes terremotos de São Francisco a San Diego são porque o estado fica bem no encontro de duas placas tectônicas – a do Pacífico e a da América do Norte. Esse terremoto que teve no fim de julho foi em San Fernando, atrás das colinas onde tem o letreiro de Hollywood, e teve magnitude 4.2, o que é o suficiente para sacudir uma área grande. Inclusive os distritos da Greater Los Angeles onde várias celebridades moram. Muitas comentaram do tremor.
Outras regiões do planeta queridinhas do Viajão e de muitos viajantes que também lidam com frequência com terremotos são o México, o Chile, a Indonésia, o Japão, o Havaí, as Filipinas e a Nova Zelândia, por exemplo.

O que eu aprendi em uma região de terremotos

Meu aprendizado para lidar com terremotos em Los Angeles foi mais teórico do que prático. Enquanto estudava lá, ocorreram alguns tremores mais fortes, mas não exatamente onde eu estava. Uns amigos de família que moravam em Culver City na época (a uns 30 km de onde eu estudava e uns 38 km de onde foi esse terremoto recente) tiveram que cumprir todo o protocolo duas vezes só naquele ano. E qual é o protocolo?
Bom, primeiro é que você deve ficar em um lugar seguro onde você está até o tremor parar. No meu caso, era do lado da cama mesmo, onde tinha um recuo para a porta do banheiro. Ou seja: não é pra correr pra saída. Quando o terremoto parar, aí você deve, sim, sair do prédio e esperar na rua até que as autoridades liberem a volta para os prédios ou que fique bem claro que não ocorrerão tremores secundários.
Mas isso são os casos mais sérios. A bem da verdade é que, na maioria das vezes, você talvez nem perceba que teve um terremoto (passei por isso); ou então, que ele pareça esse do vídeo do BuzzFeed, que é a mesma sensação de caçar um buraco com o carro, ou estar numa ponte e um caminhão passar ao lado (passei por isso também). E teve a vez que eu acordei meio sem entender porque eu estava acordando, com um barulho de algo que caiu. Virei pro lado, dormi de novo, e descobri no dia seguinte que tinha tido um terremoto na região bem naquela hora.
E isso serve para dizer que…
Já me perguntaram se eu não tinha medo dos terremotos na Califórnia, ou nas Filipinas, destino das últimas férias. E a resposta é: não mais do que o normal. Claro que não é algo pelo qual eu quero passar, porque claro que assusta. Mas dá menos medo do que deixar de conhecer destinos incríveis por causa disso.
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