Sim, vai ser tudo aquilo que você já ouviu falar: incrível, maravilhoso, energia de outro mundo, paisagem surreal… Enfim, a famosa cidadela inca é o principal destino pra quem visita esse país incrível. Por isso, eu vou te contar o que você deve saber antes de ir a Machu Picchu, no Peru, para ter uma experiência ainda melhor. 

Hospede-se em Cusco, uma delícia de cidade que fica a uns 100 quilômetros de distância e de onde existem saídas, todos os dias, até Machu Picchu.

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Primeiramente: compre seu ingresso com antecedência 

Antes de mais nada, é preciso saber que logo após a pandemia, a visitação em Machu Picchu ficou um pouco mais controlada. Por isso, você precisa comprar seu ingresso para visitar a cidadela com bastante antecedência. 

Agora, as entradas têm horários marcados (além da data, claro). Tudo isso é para evitar aglomerações de muitas pessoas andando ao mesmo tempo sobre a estrutura construída em meados do século XV. 

Por que este controle

Em 2007, pesquisadores descobriram uma fissura embaixo de uma das pedras da cidadela inca. Então, eles perceberam que essa abertura atravessa uma boa área subterrânea de quase toda a estrutura erguida nos anos 1400. 

A fissura numa rocha de Machu Picchu: descoberta em 2007

Para evitar um colapso, hoje em dia grupos com número limitado de visitantes entram de forma escalonada e a visitação acontece em apenas um sentido. Ou seja, você não pode ficar indo e voltando, deve seguir sempre apenas em frente.

Antes da pandemia, o local recebia 10 mil visitantes por dia. Hoje, são entre três e quatro mil, no máximo.

Escolhendo o ingresso

Fizemos a compra pelo site oficial e, além de escolher o horário e o dia da visitação, também é essencial definir qual dos três circuitos você vai querer fazer para conhecer a cidadela. A novidade começou no dia 1 de junho de 2024.

Inclusive, o pessoal do Ingresso Machu Picchu explica tudo muito bem nesse post aqui.

Tabela do site Ingresso Machu Picchu

Nós escolhemos fazer o Circuito 2, que deu direto a observar a cidadela de um ponto mais ao alto e, depois, descer para caminhar pelas estruturas.

O que levar

Prepare uma mochila com água, protetor solar, comidas práticas e lanches. Antes de mais nada, saiba que você vai passar muitas horas em deslocamento e na visitação. Por isso, é bom estar preparado.

Melhor época para ir

Sabe aquelas fotos com céu bem azul, sol bombando e a cidadela de fundo? Pois então, esse tempo mais seco é a melhor época para se visitar Machu Picchu (e o Peru em geral), ou seja, entre os meses de maio e agosto.

Céu azul e sol: mais comum entre maio e agosto

Indo de Cusco até Machu Picchu

É um empenho ir de Cusco até o ponto mais famoso do Peru. Em resumo, você vai precisar pegar um ônibus no centro de Cusco e fazer uma viagem de duas horas. Depois, vai pegar um trem (compramos o bilhete diretamente aqui, no site da Inca Rail, e já incluiu o primeiro ônibus também) e percorrer mais 1h40 e, por fim, embarcar em mais um ônibus que te leva à entrada de Machu Picchu, numa viagem de 30 minutos por uma estrada sinuosa que sobe e sobe. 

Dica: se não quiser fazer esse último percurso de ônibus, dá pra ir a pé, fazendo trilha. Mas não quisemos essa aventura extra e optamos pelo conforto dos ônibus que saem a todo momento, subindo e descendo. 

A saída do primeiro ônibus do centro de Cusco é bem cedo, por volta de 4h da manhã. No nosso caso, só chegamos à entrada da cidadela às 9h! Ou seja, foram cinco horas apenas de deslocamento até lá.

Atenção: leve seu passaporte com você durante todo o passeio. Ele será checado, juntamente com a passagem que inclui o primeiro ônibus e o trem, já na estação no centro de Cusco antes da saída

Como é visitar Machu Picchu

Enfim, chegou a hora de conhecer a cidadela. Logo na entrada, antes de passar o portão e mostrar nossos ingressos, fomos abordados por vários guias oficiais oferecendo o serviço. 

Contrate um guia

Recomendo que você contrate um deles, que vai entrar com você e com seu grupo e fazer uma visita muito mais esclarecedora por toda a área. Pegamos o Miguel Angel, um guia incrível, simpático e com muito conhecimento. Você pode mandar um WhatsApp pra ele aqui e agendar sua visita. Recomendo! 

Nós e o nosso guia, Miguel Angel

Ele nos cobrou, para um grupo de seis pessoas, 300 soles (R$ 450 na cotação de agosto de 2024), o que acabou dando 50 soles por pessoa (R$ 75). Valeu muito a pena. 

Lembre-se que se você optar por fazer o Circuito 2, em que se entra na cidadela, sem um guia, você corre o risco de se perder para achar a saída. 

A experiência lá dentro

O Circuito 2, escolhido por nós, dá direito a um mirante de altura média (o mais alto é no Circuito 1) que é aquele das fotos clássicas. 

Ao chegar ali, o guia nos explicou a história do lugar, falou sobre as montanhas que são possíveis de enxergar e nos guiou para que subíssemos ainda mais um pouco. Antes de mais nada, é bom saber que desde 28 de julho de 2024 há uma escadaria instalada no local para facilitar essa subida. E, nessa hora, você pode sentir um pouco mais de cansaço por causa dos 2.430 metros de altitude.

Escadas recém-instaladas

Depois de muitos minutos para fotos e bate-papo com o guia, quem faz o Circuito 2 desce tudo e é levado pelo guia até a entrada da cidadela, lá embaixo. É aí que a visita consegue ficar ainda mais incrível. É possível ver de perto a perfeição das construções incas que têm mais de 500 anos, como as pedras pesadas e cortadas perfeitamente, ou as lavouras onde os incas plantavam milho, quinoa, abóbora, folhas de coca…

Esses “degraus” eram usados para a agricultura dos incas em Machu Picchu

Mas muitos lugares estão inacessíveis aos turistas

Lembra da fissura descoberta em 2007 e que indica que Machu Picchu está afundando aos poucos? Então, vários locais dentro da cidadela já não podem mais ser visitados pelos turistas. É o caso do icônico relógio astronômico. O acesso a ele foi fechado em junho de 2024.

Inclusive, é possível ver uma parede de pedras abaixo dele já colapsada – segundo Miguel Angel, nosso guia, isso ocorreu ao longo dos últimos anos e tem relação com a fenda.

Parede colapsada dentro da cidadela e cordas isolando áreas

Mesmo com algumas áreas já isoladas, ainda é interessante andar pela cidadela e entender como esse povo tão avançado morava e dividia seus espaços e suas tarefas. No fim do tour, dá até para entrar numa das casas onde costumavam morar cinco pessoas.

Por que você precisa fazer logo essa visita

Com esse afundamento da cidadela e com algumas estruturas já colapsando e começando a ser isoladas, a chance de nos próximos anos o governo peruano restringir ainda mais as visitações a Machu Picchu é grande. Isso segundo o nosso guia, que atua há anos no local e tem acompanhado essa toda essa mudança (pra pior, né? 🙁 ) nos últimos tempos.

Registro ainda possível dentro da cidadela inca

Ele, inclusive, nos falou que acredita que em, no máximo, dez anos já não será mais possível pisar e caminhar pela cidadela. Ou seja, se você ainda está tentando achar um bom motivo pra ir logo ao Peru conhecer essa que é uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, saiba que a hora é agora! Se puder, não deixe pra depois, de verdade. A experiência é maravilhosa e todo aquele papo de “sentir uma energia boa” é real. Sem contar a paisagem que é muito mais deslumbrante do que as fotos e vídeos são capazes de registrar.

O fim da visita

Nosso tour por Machu Picchu durou, ao todo, 2h20min. Nosso guia Miguel nos levou até a saída (você termina o tour por um lado diferente de onde começou, lembra do sentido único hoje em dia?) e pegamos o ônibus de volta para descer até a cidade, onde fica a estação.

Aliás, esses ônibus para subir e descer são opcionais e saem a todo momento (e a fila é imensa). Compre essas passagens aqui. Mas, lembre-se: é possível subir da estação de trem até a entrada da cidadela e/ou fazer o caminho inverso a pé também.

Assim que chegar lá embaixo, aproveite para curtir um pouco a cidadezinha à beira do rio (também dá pra se hospedar por ali e não precisar acordar tão cedo para chegar à cidadela inca, que tal?), almoçar em algum restaurante e comprar umas lembrancinhas. Mas só cuide para não perder o trem que te leva de volta a Cusco, se esse for o caso.

Trem que vai até Machu Picchu

Você ainda enfrentará, pelo menos, mais umas quatro horas de viagem até chegar ao seu hotel cusquenho. Estará cansado fisicamente? Com certeza. Mas com as energias bem renovadas. Pode parecer contraditório, mas você só vai entender quando for. E tenho certeza que você não vai esperar muito pra ir, né?